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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dicas para competições 01: Dicas gerais

Olá, pessoas!


Muitas pessoas praticam o bumerangue apenas por diversão, mas algumas vão além e resolvem também competir (O que não deixa de ser divertido!). Aqui vão algumas dicas para quem quer ingressar em competições. Ninguém é obrigado a seguir todas à risca, mas elas podem fazer bastante diferença no desempenho de quem quiser realizar toda sua capacidade atlética. Inicialmente trago algumas dicas gerais. Em outros post falo sobre Trick Catch e Precisão e sobre Fast Catch, Enduro, MTA e Australian Round. Vamos a elas:



01. Condicionamento físico é importante. Não é exatamente ter músculos fortes, pois arremessar bumerangues é principalmente uma atividade aeróbica, então estar com o fôlego em dia ajudará bastante. 


02. Cada pessoa tem um estilo próprio de arremessar. Procure descobrir quais os seus pontos fortes e fracos e tente se aprimorar. Você pode descobrir mais sobre seu estilo e no que está errando filmando seus arremessos de diversos ângulos e analisando as imagens.

03. Se você achar um bumerangue que se adapta ao seu estilo de arremessar, não hesite em comprá-lo. Ele será insubstituível.

04. Copie modelos de outras pessoas e os modifique, melhorando e adaptando ao seu estilo de arremesso.

05. Aproveite bastante os modelos feitos especialmente para modificação, como o Trifly, o Infinity, o Touareg, o Agile e o Renner.


06. Desenha as plantas de seus bumerangues. Se eles se quebrarem, você pode fazer outros se baseando no pedaços. Mas se eles se perderem e você não tiver uma cópia, você pode deixar de ter uma peça importante de sua coleção.

07. Aprenda a observar e avaliar corretamente as condições de tempo.

08. Faça uma tabela listando os modelos que você possui, para que provas cada um serve, para que condições de vento e que regulagens podem ser feitas. Isso ajuda a descobrir para o que você está bem equipado e o que você precisa conseguir para completar seu kit. Procure ter ao menos três modelos para cada prova, um para cada intensidade de vento.

09. Conheça bem seus bumerangues. Aprenda como se comportam em todas as situações e como regulá-los. Nas competições brasileiras, é comum que um atleta empreste seus bumerangues para outros, quando necessário. Mas é impossível conhecer as particularidades de cada modelo no primeiro contato com ele, então você pode perder uma vantagem importante assim (claro que ainda será melhor do que não fazer a prova por falta de equipamento).

10. Pratique no vento mais forte que puder. Assim você estará mais bem preparado até mesmo para as condições mais amenas.

11. Pratique todas as provas. É comum que bons atletas se saiam mal em alguma prova, e as pessoas sempre têm suas preferidas. Mas isso não quer dizer que as outras devam ser negligenciadas, se você espera conseguir boas colocações.

12. Sempre se certifique de que todos os seus bumerangues atingem as distâncias mínimas exigidas antes de usá-los em competições. É comum que atletas inexperientes pensem que seus bumerangues estão alcançando distâncias maiores do que realmente alcançam. Para medir essa distância, peça a um amigo que fique em sua frente quando você arremessar e que se posicione logo abaixo do ponto mais distante que o bumerangue alcançar. Depois meça a distância entre você e seu amigo.

13. Mantenha seus bumerangues regulados e prontos para as provas com antecedência. O tempo de aquecimento não deve ser usado para regulagens, a não ser pequenos ajustes.

14. O que você deve ter em sua mala:
  • Cronômetro com contador de voltas;
  • Biruta;
  • Sacola plástica de lixo, para colocar os bumerangues dentro em caso de chuva;
  • Chapéu, óculos de sol, protetor solar e labial;
  • Munhequeiras para evitar que o suor escorra dos braços para as mãos;
  • Toalha para secar as mãos;
  • Talco, para controlar a umidade das mãos;
  • Chuteira com trava;
  • Elásticos, fita de chumbo, moedas e pesos, papel, caneta, tesoura, fita adesiva, faca;
  • Luva para Fast Catch, sempre para a mão oposta à que você usa para arremessar;




Bons retornos a todos!
Ítalo Carvalho.




Referências utilizadas:
Vídeo do 1º Campo de Treino com Gregg Snouffer e Mark Legg (recomendo que assistam)
Ricardo Marx e Fracaboom, via Twitter

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Bumerangue no escritório

Olá, pessoas!

Esse vídeo é uma resposta ao desafio que o Tiago Lemos lançou na lista de discussão: como fazer um bumerangue usando apenas material de escritório para convencer alguém de que eles existem? Confiram abaixo:




Bons retornos a todos!
Ítalo Carvalho.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Como surgiu o bumerangue com vinco

Olá, pessoas!

O mundo do bumerangue já viu surgirem algumas boas idéias, como os bumerangues ambidestros e os modelos especiais para modificações (o TriFly, por exemplo). Uma outra boa ideia que hoje é usada por todo o mundo, principalmente em bumerangues indoor, foi o vinco.

Tudo começou no ano de 1990, quando os bumerangues de três asas ainda estavam se popularizando nas competições. Nesse ano, o brasileiro Carlos Martini Filho, o Magrão, participou do campeonato americano (no qual ganhou o primeiro título internacional para o Brasil: segundo lugar na prova de precisão), no Estados Unidos. Nessa viagem, ele conheceu a novidade através do americano Joh Koehler, que lhe deu dois bumerangues de madeira. Na mesma ocasião, o Magrão também teve contato com modelos indoor fabricados em poliestireno de 0,5 mm pelo americano Gary Broadbent. O Broadbent fazia uma curvatura ao longo do comprimento da asa colocando o bumerangue na borda de uma mesa e o aquecendo com uma vela, criando assim um perfil aerodinâmico. Em alguns casos, o Broadbent apenas torcia as asas do bumerangue, o que fazia com que gerassem mais arrasto e tivessem um voo mais lento.

Bumerangue produzido
pelo americano Gary Broadbent


De volta ao Brasil, o Magrão se inspirou na técnica do Broadbent e em outra já utilizada por ele mesmo desde 1976 em pequenos aviões de papel sulfite. Esses aviões possuíam um vinco (dobra) longitudinal nas asas, o que lhes dava resistência mecânica e impedia que dobrassem durante o voo. Assim, era possível fazer um avião com um papel fino e leve, mas que voasse por longas distâncias.

Avião feito com papel sulfite


Asa com vinco em vista lateral e em detalhe


A partir disso, o Magrão criou então um sistema de vinco em bumerangues que lhes dava uma melhor estrutura mecânica e permitia que se usasse materiais mais finos e leves ao mesmo tempo em que atingiam as distâncias necessárias paras as competições indoor. O vinco também passou a agir como um perfil aerodinâmico, permitindo dar aos bumerangues diferentes características de voo. Por exemplo: ao se torcer as asas de um bumerangue, ele terá um voo mais lento, enquanto um vinco no mesmo bumerangue gerará menos arrasto e fará com que ele tenha um voo mais rápido, o que é mais vantajoso em modelos como os utilizados nas provas de Fast Catch. 

O Magrão chegou a patentear o vinco ainda em 1991, além de desenvolver uma faca (semelhante a uma forma para cortar biscoitos) que permitia produzir bumerangues, já vincados, em escala industrial. Ele levou um modelo feito em PVC de 1 mm para o Campeonato Mundial daquele ano, na Austrália, e o distribuiu entre os competidores, popularizando a ideia. A partir de então, o vinco passou a ser utilizando por bumeranguistas do mundo inteiro.

Descrição, prancha e certificado da patente do bumerangue com vinco


Primeiro modelo de bumerangue com vinco produzido em escala
industrial (vista completa e detalhe da asa com vinco, em verso)


Carlos Martini Filho, o Magrão,
no Parque Nacional de Nambung
(Austrália), em 1991



Uma coisa interessante de se observar nessa história é que, no mundo do bumerangue, dificilmente alguém cria algo novo do zero. Geralmente as ideias surgem como modificações que coisas que já existiam, através de melhorias ou adaptações.


Bons retornos a todos!
Ítalo Carvalho.


Referências utilizadas:
Todas as fotos por Carlos Martini Filho.