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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Visita à Bahadara

Olá, pessoas!

Nos dias 22 e 23 de agosto eu andei fazendo turismo de bumerangue! Aproveitei uma viagem a Maresias pra ter um contato maior com outros atletas e aqui estão minhas experiências!

Comecei encontrando com o Alexandre Ortega, de Boiçucanga. Lá ele me levou pra arremessar na praia (com bastante espaço e um brisa constante, um dos melhores lugares onde já arremessei) e me recebeu para um almoço em sua casa (o melhor frango assado do Brasil!) com sua família. Lá eu também descobri sobre bumerangues de acrílico, o que achei que não era possível (pensei que o material era muito frágil), mas parece me enganei. Uma pena que não pude conhecer o Rodrigo Bistricky, que os fabrica. Todos foram muito simpáticos, muito obrigado e desejo tudo de bom para vocês!

Alexandre (à esquerda) e eu

Saindo de Boiçucanga eu fui para São Paulo, onde o Magrão me recebeu.

Magrão e eu

Conheci a sede da Bahadara (ainda em construção) e vi a estrutura de silkagem (impressão dos desenhos) e embalagem dos bumerangues. Nunca tinha visto tanto bumerangue junto! Confiram:

Os bumerangues chegam da fábrica...

... e são silkados e embalados

Atrás de mim, os modelos tradicionais

Também tive um vislumbre da coleção de bumerangues do Magrão e de todo seu acervo de fotos, matérias e revistas:





Como eu só pude passar um dia lá, não deu pra explorar mais a fundo todo o material, mas vi algumas coisas interessantes, como o famoso bumerangue que o Magrão quebrou em seu primeiro contato com o objeto e um exemplar australiano com mais de 200 anos!

Primeiro bumerangue arremessado pelo Magrão, fabricado 
pelo Dr. Pagliuchi, o precursor do bumerangue no Brasil.

Modelo tradicional, original da Austrália, com 200 anos de idade

Conheci também a mãe do Magrão e a dona Vera, que trabalha com ele na Bahadara há anos, as duas muito simpáticas. 

E ainda ganhei de presente vários bumerangues, sendo que a maioria eu irei distribuir, aqui em Salvador, aos interessados em aprender a arremessar. Assim, espero popularizar ainda mais o nosso esporte!

Bumerangues que logo estarão voando nos céus de Salvador

Os tradicionais deram essa bela foto
(virou o papel de parede do meu computador!)

Porém, o mais importante não são os bumerangues, e sim o contato que mantivemos. O Magrão me contou várias coisas sobre o mundo do bumerangue e passou várias informações legais. Quem tiver a oportunidade de conhecer esse cara, com certeza vale a pena (se vocês quiserem saber um pouco sobre a história do bumerangue no Brasil e sobre o Magrão, leiam a matéria Do Boomerang ao Bumerangue!, da Ana Maria Lisbôa Mortari, no site VIVASP.com).

Valeu, tio! Vamos manter o contato pela internet e quando for possível nos encontramos de novo. Um forte abraço e todo o sucesso do mundo pra você!

Bons retornos a todos.
Ítalo Carvalho.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Modificando o Trifly

Olá, pessoal!

A história do bumerangue moderno teve vários momentos de pequenas revoluções e um deles foi a criação do modelo Trifly, pelo norte-americano Eric Darnell. O trunfo do Trifly é que, além de ser ambidestro, ele serve de plataforma para criar vários outros modelos, bastando alterando o outline e o shape. A depender do material, podem ser feitos modelos só para diversão ou para competição (Fast Catch, Trick Catch, Precisão e Enduro). A única limitação do Trifly é que ele não serve como base para modelos de MTA, Longa Distância e Australian Round.

Existem várias plantas de possíveis modificações por aí, mas poucas trazem maiores informações. Abaixo seguem oito delas com alguns detalhes. As modificações de 1 a 6 não exigem shape, basta cortar as três asas para que fiquem iguais às áreas em cinza da figura. Um detalhe: os modelos para Fast Catch e Enduro não serão dos mais rápidos (em comparação com os modelos mais recentes, já que esses foram criados há muitos anos), então não são bons para usar em campeonatos. Mas eles podem ser muito úteis para quem está começando a praticar essas modalidades par se acostumar com os tipos de arremesso e voo.


  1. Tem um voo circular que desacelera no final, mas ainda com bastante giro, terminando com um planeio a um pequena altura. Bom para treinar Fast Catch.
  2. Chamado de Enduro, esse modelo é bastante estável e com uma trajetória bem previsível, desacelerando continuamente. Pelo nome, já dá pra perceber que é um modelo para treino de Enduro.
  3. O modelo mais rápido dentre os descritos aqui, e também mais violento. Pode ser usado na segunda rodada de Fast Catch para conseguir menor tempo.
  4. Tem uma queda rápida no final, servido para a prova de Precisão.
  5. Muito estável e com bastante perda de giro no fim no voo, servindo para a prova de Fast Catch em ventos fortes.
  6. Inicialmente foi projetado para ser usado como inside na modalidade Doubler da prova de Trick Catch (o outside seria um Trifly sem modificações). Porém, foi utilizado por Gregory Bisiaux para determinar o então recorde mundial de Fast Catch (15.03 s). Não se sabe que modificações foram feitas no shape, mas o material era PP.
  7. Semelhante ao Enduro, mas com a asa mais estreita. Deve-se fazer uma borda de fuga, para deixá-lo mais rápido. Feito em em ABS, para a modalidade de Fast Catch.
  8. Chamado de Soft Toss, é um modelo bem fácil de ser lançado, devendo ser feita uma borda de fuga. Bom para Pegadas Consecutivas.

    Para marcar onde cortar no Trifly, vocês podem ampliar e imprimir a imagem (para o Trifly nacional a imagem deve ser ampliada para 162%):


    Depois recortar a planta desejada (neste caso, eu utilizei a nº 1), posicionar sobre a asa do Trifly e marcar as linhas de corte:

     

    Notem que o Trifly que usei já vem pintado (foto da esquerda), então, para as linhas ficarem mais visíveis, preferi marcá-las na parte de baixo do bumerangue. Para isso, eu inverti a planta (foto da direita). Vejam abaixo como ficou a asa marcada:


    E, por fim, o bumerangue pronto:


    É importante mencionar que, além do formato, o material do bumerangue também influencia. O de PP podem ser usados para Trick Catch e Precisão. Já para Fast Catch as melhores opções são o ABS (ventos fracos) e nylon (ventos mais fortes). Aqui no Brasil só temos os de PP e de ABS, vendidos pela Bahadara. Quem quiser de nylon, só mesmo importando (Flight Toys). E, para quem já ouviu falar sobre isso, leiam sobre as diferenças entre o Trifly nacional e o importado.

    Nos vídeos abaixo, o Ricardo Marx mostra como fazer um modelo para Fast Catch (não é um dos descritos acima) a partir de um Trifly de nylon e dá algumas outras dicas:


    Parte 1

    Parte 2


    Há outras plantas no site BUME.com.br, e, para quem gostar mesmo de modificar bumerangues, os modelos Renner (importado) e Infinity (Bahadara) oferecem outras possibilidades (inclusive para Australian Round). As plantas que estão aqui são apenas algo por onde começar, vocês podem ir muito além disso.

    Ah, e também é bom dizer que quando se altera o Trifly, o novo modelo não será ambidestro. Então, se você for canhoto, lembre-se de inverter as plantas (já que a maioria delas é para destro), inclusive as que mostrei aqui.


    Bons retornos a todos.
    Ítalo Carvalho

    Referências utilizadas:
    As plantas e as descrições foram traduzidas e adaptadas do site do Kutek