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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Canal de vídeos

Olá, bumeranguers!

Criei um canal de vídeos no Youtube para linkar vídeos interessantes sobre bumerangues. Isso vai facilitar o acesso ao material, pois em vez de procurar os vídeos através das buscas vocês vão encontrá-los organizados em listas de reprodução, cada uma com um tema diferente. Reportagens, exibições, guias e outras coisas, confiram:


Alguns vídeos estão com o áudio em inglês e sem legendas, mas quem já entende um pouco não vai ter muitos problemas para assistir. 

Vou adicionando mais vídeos à medida em que for encontrando. Para saberem das atualizações, fiquem de olho na página do blog no Twitter ou (quem tiver cadastro no Youtube) se inscrevam no canal. Pretendo adicionar também vídeos meus no futuro.

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Arremessando em ventos fortes

Olá, bumeranguers!

Ventos fortes são um problema para quem vai arremessar. Não importa o quanto o bumerangue é adaptado pra esse tipo de vento, se o atleta não tiver habilidade o suficiente, não terá sucesso nos arremessos. Aqui vão algumas dicas de como lidar com vento forte:

SURFANDO NO VENTO
Essa é a maneira mais simples de compensar os ventos fortes. Arremessem o bumerangue com bastante elevação (pra cima) e inclinação (lay over) e coloquem bastante giro, mas com o mínimo de força possível. A velocidade do vento vai dar ao bumerangue toda a força necessária para que ele volte e vai evitar que ele caia no chão. Assim, vai parecer que ele está surfando no vento como um surfista nas ondas. Em ventos muito fortes, soltem o bumerangue com uns 40º de elevação e 45º de inclinação e vão ajustando de acordo com o modelo. Apesar de ter um efeito legal, é a maneira menos eficaz das quatro que apresento aqui. Mas pra quem já tem alguma experiência e consegue controlar o braço, essa é uma boa dica.

ARREMESSO CORCUNDA (OU "SOBRE O MURO")
Arremessem o bumerangue com bastante força, com a maior elevação e a com menor inclinação que conseguirem. O bumerangue irá subir, depois cair bastante e subir um pouco novamente no retorno. Em dias de vento fraco, o bumerangue voaria alto e cairia no chão no meio do trajeto, mas o vento forte evita a queda enquanto o leva de volta ao ponto de partida. Não recomendo que iniciantes tentem esse tipo de arremesso.

ARRASTO E PESOS
São as maneiras mais eficientes de lidar com ventos fortes. O arrasto reduz a velocidade do bumerangue e evita que ele passe por cima da cabeça de quem arremessou quando retorna. O arrasto pode ser criado deixando as bordas de ataque mais quadradas, através de furos, com o uso de elásticos ou de flaps. Já os pesos aumentam a massa do bumerangue, deixando ele mais difícil de ser carregado pelo vento. Vejam como  fazer tudo isso na seção de Regulagens. Para quem está começando a tentar arremessos em ventos fortes, essas são as melhores opções.

A melhor forma de aprender a arremessar em ventos fortes é tentando e insistindo. Experimentem combinações de todas essas dicas, e testem diferentes ângulos em relação à direção do vento, adaptando a diferentes modelos de bumerangues. Agora, se vocês tiverem medo de arremessar nessas condições, comprem uma pipa.

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho

Referências utilizadas:
O material desse post foi baseado em informações disponíveis no site Gel Boomerang

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Bumerangues artísticos

Olá, bumeranguers!

Quem já deu uma olhada nas plantas do site do Kutek já viu alguns bumerangues artísticos. Mas nada comparável ao que o Alan Craig faz. São vários modelos com pinturas maravilhosas, impossível dizer qual o mais bonito. Tem também conjuntos onde vários bumerangues formam um desenho (a maioria com temas da natureza). Não tem muito que eu possa dizer sobre eles, vale muito mais a pena ver. Acessem o Art of Boomerang e confiram. O site está em inglês, mas é só clicar em "Gallery" pra acessar as imagens.

O Scott Burwell também faz bumerangues artísticos com temas da natureza, mas são um pouco diferentes dos que o Alan Craig faz. Vejam no site Burwell Art.

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Bumerangues especiais de madeira

Ola, bumeranguers!

Como já citei no post sobre madeira, é possível fazer bumerangues de madeira que não compensados. Como são bem trabalhosos de se fazer e exigem mais experiência e máquinas sofisticadas (além de não serem resistentes o suficiente para serem arremessados com frequência), esses bumerangues são tidos mais como decorativos. Vejam abaixo quais são e como são feitos:


STRIP LAMINATED


São escolhidas áreas de um tronco em que os anéis de crescimento são mais próximos e, portanto, mais densos. São feitas 16 tiras da madeira, que são colocadas em uma caixa e expostas a vapor por 20 minutos para ficarem mais flexíveis. Depois as tiras são curvadas e colocadas em um molde, onde ficam presas por um ou dois dias para secar e voltar a endurecer. As tiras são então coladas com uma cola especial para madeira e presas novamente no molde por mais uma noite. O molde é untado com cera para que a cola não grude nele. Como o material fica muito grosso e pesado, ele é cortado em camadas de 1 cm de espessura, rendendo de 6 a 10 bumerangues. Cada camada é cortada para dar o outline (formato) do bumerangue e o shape é feito manualmente, não com ferramentas elétricas (como geralmente se faz o shape dos bumerangues de compensado). As asas são expostas a vapor para amolecer e poderem ser empenadas para cima (isso faz com que o bumerangue tenha um voo mais alto). Com um ventilador, a umidade é retirada, garantindo que a asa endureça e continue empenada. Depois são aplicadas a seladora e várias camadas de verniz para dar o acabamento.

É possível dar um efeito visual bem legal colocando tiras de madeira de diferentes tonalidade alternadas. Quem quiser se arriscar a fazer um pode encontrar informações úteis nesse link (em inglês): Making a strip lam boomerang.


LAP JOINT


É usado um galho da madeira escolhida, que é cortado em camadas. A camada é cortada ao meio e cada pedaço é cavado em uma das pontas até metade da espessura. Depois os pedaços são colados por essa parte mais fina (daí o nome lap joint, que significa algo como "junta sobreposta"), o bumerangue é cortado e é feito o shape. Diferente do strip lamineted, é possível trabalhar o lap joint com ferramentas elétricas.

O interessante é que é possível usar madeiras diferentes no mesmo bumerangue. No álbum do Christoph tem exemplares bem bonitos feitos dessa maneira. Nessa revista tem um artigo que dá instruções sobre como fazer (em inglês): Popular mechanics.


NATURAL ELBOW



O natural elbow é feito usando um galho de árvore bruto. A curvatura do bumerangue é determinada pela curvatura natural do galho (natural elbow siginifica literalmente "cotovelo natural". "Cotovelo" é uma forma de se denominar a região entre os braços dos bumerangues de duas asas). Embora seja mais comum se fazer natural elbows de duas asas, também é possível fazer modelos em três asas.

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho.

Referências utilizadas:
Os links das páginas e dos vídeos sobre strip laminateds e lap joints foram retirados do blog Bumeranguemania, do Jair Júnior.

sábado, 8 de maio de 2010

Materiais utilizados: madeira

Olá, bumeranguers!

A madeira é um dos materiais mais antigos entre os usados na fabricação de bumerangues. O mais antigo bumerangue encontrado data de 21 mil anos antes de Cristo e foi feito de marfim de mamute. Dificilmente a madeira resistiria tanto tempo, então não seria absurdo supor que naquela época já havia bumerangues feitos dela (o bumerangue de madeira mais antigo já encontrado data de 8 mil anos antes de Cristo).

Mesmo atualmente, com diversos tipos de materiais disponíveis, de propriedades semelhantes ou até melhores, muitos ainda preferem a madeira. Essa preferência vai além da visão prática, da utilidade desses materiais. É sentimental, chegando a ser algo quase filosófico. Isso fica evidente quando se vê a quantidade de shapers que fazem natural elbows, lap joints e strip laminateds (leia sobre eles no post "Bumerangues especiais de madeira"), na maioria apenas para pendurá-los em suas paredes como obras de arte (e muitas vezes são mesmo!), pois não são resistentes o suficiente para serem arremessados. E é justamente por causa dessa resistência que se deve saber escolher boas madeiras para bumerangues.

Geralmente se usa madeira em forma de compensados, pois a resistência deles a impactos é maior que a da madeira bruta. Isso acontece porque na madeira bruta todas as fibras que a compõem estão na mesma direção, enquanto no compensado as fibras são dispostas em camadas e em direções alternadas. É por isso que quanto mais camadas o compensado tiver, melhor ele será para a fabricação de bumerangues. O número mínimo de camadas ideal é 5, sem falhas (espaços vazios) entre as camadas, mas como atualmente é bem difícil encontrar bons compensados, 4 camadas (também sem falhas) já é um começo [1] - notem que a grande maioria dos compensados tem apenas 3 camadas.

Além do número de camadas, o tipo do compensado também deve ser considerado. Os melhores compensados do mundo disponíveis para venda atualmente são os de bétula finlandesa (Finnish birch plywood) e os Bwoods. A bétula é uma árvore de climas temperados (logo, não existe no Brasil) e é possível encontrar compensados de 5 camadas feitos dela. Como só é produzido em outros países, tem um custo bastante alto e não é fácil encontrar lojas que importem (vejam o que o Jair tem a dizer sobre esse Compensado importado). Já os Bwoods são nacionais. São compensados desenvolvidos especialmente para a fabricação de bumereangues, fabricados e comercializados pela Maxicomp. São cinco modelos de compensado que possuem de 7 a 9 camadas. Vejam a ficha técnica no link acima para saber das aplicações e informações sobre cada modelo. Como nem sempre se pode comprar desses compensados, um outro tipo que pode ser usado é o naval, ou mesmo o aeronáutico (não ouço falar muito desse último por aqui). Mesmo outros tipos de compensados podem dar bons bumerangues, desde que respeitem as condições do número de camadas e ausência de falhas entre elas.

De qualquer maneira, o manuseio das chapas também requer cuidados para não haver perda de qualidade. Sempre que forem comprar, vejam se a chapa não está empenada e, para não empenar, sempre guardem a chapa deitada. Se ela for muito grande (algumas tem 2 metros ou mais de comprimento) e não der para guardá-la deitada, corte em pedaços menores (em torno de 1 metro de comprimento) e os coloque exatamente em pé, mas nunca os deixe inclinados encostados em uma parede [2]. Também evitem deixar exposta ao sol ou em locais com muita umidade.

Caso vocês tenham um pedaço de compensado que já empenou mas querem aproveitá-lo, aqui vão as dicas: façam o bumerangue de maneira que as asas fiquem empenadas para cima, pois assim ele voará mais alto (se as asas estiverem muito empenadas para baixo, o bumerangue pode cair pouco depois do arremesso). Também é possível desempenar o bumerangue esquentando ele. Coloquem o bumerangue por alguns segundos no vapor de uma chaleira ou umedeçam e aproximem da chama de uma vela (apenas o suficiente para a madeira amolecer um pouco), depois coloquem embaixo de um objeto plano e pesado (como um livro grande) até esfriar [2]. Não esquentem muito, pois isso pode danificar o bumerangue. Também não façam com bumerangues já pintados, pois a tinta pode estragar. Essa técnica também pode ser usada para colocar um diedro positivo nas asas de modelos para Trick Catch, mas o empenamento não deve ser muito grande.

Na hora de cortar, uma dica: cortem os bumerangues pela parte de trás da chapa! Ao cortar a madeira há o risco de saírem lascas na face da chapa que está voltada baixo, então se ela for a parte de cima do bumerangue não haverá muito problema, pois é essa parte vocês irão desbastar para fazer as bordas de fuga e ataque [3]. Quando fizerem isso, lembrem-se de desenhar o outline do bumerangue invertido (espelhado) nas costas da chapa.

Antes de pintarem, lembrem sempre de passar a seladora. Ela deve ser diluída em tíner, mas não há consenso sobre como deve ser essa diluição: alguns colocam uma parte de seladora para duas de tíner, enquanto outros colocam três e até quatro partes de tíner para cada parte de seladora. É importante que os veios da madeira sejam fechados para que a tinta e o verniz não sejam sugados, o que comprometeria o acabamento. Portanto é recomendável que se aplique duas ou três camadas da seladora, lixando com uma lixa bem fina após cada camada. Fica a critério de cada um pintar o bumerangue. Alguns preferem a beleza natural da madeira e pintam apenas se houver alguma imperfeição. De toda maneira, sempre é bom passar um verniz, pois ele sempre deixa o bumerangue mais bonito.

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho.

Referências utilizadas:
[1] Ricardo Marx, via Formspring
[2] Ricardo Marx, via lista de discussão BUME.com.br
[3] British Boomerang Society

terça-feira, 4 de maio de 2010

Evitando dores e contusões


Olá, bumeranguers!

Quando começamos a praticar o bumerangue, é fácil ficarmos empolgados e exagerarmos nos arremessos, muitas vezes sem estarmos nem um pouco preparados para essa quantidade de exercício físico (entendam isso como "acabando de sair do sedentarismo completo) e, ao contrário do que pode parecer, o bumerangue é um esporte que exige bastante esforço. Por isso é comum que os iniciantes fiquem cheios de dores pelo corpo. O braço dói de tanto arremessar, as pernas doem de tanto correr e as costas doem de tanto se abaixar para pegar o bumerangue depois de um arremesso errado (pra mim, foi a pior dor de todas). 

Se essas dores  melhoram com o tempo vai depender do organismo de cada um e de com que frequência se pratica, mas vou passar algumas dicas que ajudam bastante a reduzi-las:

  • Sempre façam alongamentos antes e depois de arremessar. Do corpo todo, não apenas do braço. Lembrem que vocês podem correr e torcer o corpo inteiro pra fazer uma pegada mais difícil, então é bom estarem preparados. Se vocês não sabem alongar, procurem alguém que possa dar orientações (um professor de educação física do seu colégio, de seus filhos, de seus amigos...)
  • Também é bom fazer um aquecimento. Uma corrida bem leve, um polichinelo... vocês decidem. Muitos aquecem já arremessando, usando um bumerangue leve, de curto alcance, fácil de colocar giro e de pegar. Depois passam para modelos que exigem mais força.
  • Se poupem. Como o braço é a parte do corpo mais utilizada, vocês devem poupá-lo. Lembrem sempre que o principal no bumerangue é o giro, e não a força. Não apliquem força desnecessária em modelos leves. Para modelos que precisam de mais força, usem todo o corpo para arremessar, não só o braço. Aprendam a girar a cintura e o tronco para somar força ao arremesso (quem pratica artes marciais sabe bem disso). Com treino vocês conseguem controlar e usar melhor sua força.
  • NUNCA parem o braço bruscamente depois do arremesso. Isso é um vício de postura terrível, pois força o cotovelo e causa dor depois de alguns poucos arremessos. Sempre deixem o braço seguir o movimento circular descendente (para baixo) depois de soltar o bumerangue, indo parar pouco acima das costelas inferiores, mas sem que a mão se choque contra elas. Se fizerem isso, vocês vão sentir a diferença.

    Notem que a maioria das coisas não passam de bom senso, mas a maioria das pessoas acaba esquecendo ou simplesmente ignorando tudo isso e acaba sofrendo as consequências. Procurar algum profissional que lide com exercícios físicos (instrutores de academias, fisioterapeutas, professores de educação física, ortopedistas etc.) sempre pode ser proveitoso. Além de alongamentos e aquecimentos perguntem como vocês podem melhorar a postura, evitar contusões e que tratamentos podem ajudar a reduzir as dores.

    Bons ventos a todos.
    Ítalo Carvalho.

    sábado, 1 de maio de 2010

    Ferramentas utilizadas

    Olá, bumeranguers!

    A fabricação de bumerangues em larga escala requer um boa estrutura física e diversas ferramentas sofisticadas (e caras, claro). Mas quem fabrica para uso próprio pode fazer isso com algumas poucas ferramentas simples e baratas e alguma imaginação. Aqui vocês vão ver quais são elas e algumas dicas de coisas que podem ser feitas em casa.

    A primeira coisa que devemos ter é algum lugar para cortar os bumerangues. Devemos usar alguma coisa que possa sofrer algum dano ocasional, em caso de pequenos acidentes com serra, furadeira ou qualquer outra ferramenta. Mesas velhas são ótimas para isso. Podemos cortar um quadrado no meio e prender a chapa que vai ser cortada nas  bordas do buraco, assim a lâmina da serra fica completamente livre durante o corte (uma dica para cortar o buraco: com uma furadeira, façam em cada canto do quadrado um furo largo o suficiente para a lâmina da serra entrar). Pedaços de madeira que não servem como matéria-prima para bumerangues também podem ser usados da mesma forma, basta colocá-lo entre duas cadeiras ou bancos (deixando todo o espaço abaixo do buraco livre). É importante que essa madeira não seja muito flexível, pois assim ela não cederá ao peso que vocês colocarão sobre a chapa que será cortada. O tamanho do buraco fica a critério de vocês. Creio que 30 x 30 cm já é o suficiente para a cortar a maioria dos bumerangues de três asas sem ter que reposicionar a chapa. Também é legal fazer um buraco circular com uns 5 cm de diâmetro próximo a um canto da mesa ou tábua. Esse buraco menor é bem útil para posicionar o bumerangue na hora de furá-lo.

    Para cortar, uma serra tico-tico é altamente recomendada. Usar serra de arco pode demorar bastante, além de ser excessivamente trabalhoso cortar as curvas e exigir uma certa habilidade. Recomendo fortemente modelos com controle de velocidade, pois velocidades menores são necessárias ao cortar alguns materiais plásticos para evitar que eles derretam (vejam o post sobre materiais utilizados mais comuns para saber quais são eles). A tico-tico tem capacidade de cortar a grande maioria dos materiais, dependendo apenas da lâmina que é utilizada (para quem não sabe, as lâminas podem ser facilmente trocadas e geralmente são vendidas em conjuntos com lâminas para vários materiais diferentes). Existem modelos com os mais diversos recursos (alguns até com plataforma para acoplar aspirador de pó), cabendo a vocês escolherem o que melhor atende suas necessidades.

    Para furar, só furadeira mesmo. Aqui não é necessário um modelo com controle de velocidade. Mesmo em plásticos que derretem não haverá problema, pois o material derretido é removido do buraco à medida que a broca penetra (mas deve-se tomar cuidado para que ele não chegue ao motor, pois isso pode danificar a furadeira). Além das brocas cilíndricas normais, é bom ter um conjunto de brocas chatas para madeira, caso queiram fazer furos de diâmetro maior que 2 cm (geralmente esses furos ficam no centro do bumerangue). Recomendo que comprem brocas de boa qualidade, pois as de ferro (mais baratas) empenam com facilidade e tornam impossível fazer os furos corretamente. Aqui vai uma dica ao usar brocas chatas: só usem para fazer um furo a partir do zero! Não tentem alargar um furo que já tenha sido feito com outra broca menor, pois a furadeira irá ricochetear (pode quebrar o bumerangue, danificar a furadeira e até machucar vocês!). Prefiram limas ou lixas grossas (vejam abaixo).

    Na hora de fazer as bordas de fuga e ataque pode-se usar uma grosa para materiais mais duros. A grosa tira muito material de uma vez só, então exige calma pra quem está começando. Ela deve ser passada em movimentos a favor da orientação de seus dentes, nunca contra. Ou seja, o movimento começa na ponta e termina  no cabo. Tomem bastante cuidado com a grosa, pois ela pode machucar bastante (se ela já tira bastante material do bumerangue, imaginem de seus dedos ou de qualquer parte do corpo que estiver no caminho).

    Para ajustes finos ou para materiais menos duros o melhor é usar lima, que retira menos material. Como a lima não possui dentes, pode ser usada em movimentos de vai e vem. É bem útil ter limas de diversos tamanhos. As maiores servem para o trabalho mais pesado, enquanto as menores são boas para ajustes menores e para trabalhar em bumerangues com ângulos muito fechados.

    Limas de diversos tamanhos

    Limas em detalhe

    O acabamento é feito com lixas. Mas se o material não for muito duro (principalmente os plásticos), as lixas sozinhas dão conta do recado na hora de fazer as bordas. As lixas usadas podem ser para massa (materiais menos duros) ou para ferro (materiais mais duros). Se vocês forem fazer as bordas com elas, recomendo o uso de um taco lixador para fixar a lixa, pois deixar a mão em contato direto com a lixa pode ser extremamente desconfortável por causa do calor gerado pelo atrito. Esses tacos são encontrados em lojas de ferramentas, mas vocês podem fazer em casa com qualquer pedaço de madeira ou plástico. Fiz dois com os restos de um compensado comum de 4 mm. Eles têm 10 x 5 cm e as pontas arredondadas para facilitar na hora de lixar bumerangues com ângulos mais fechados. Basta colar o pedaço de lixa com cola branca comum, mas deixem secar muito bem antes de usarem para a lixa não descolar nem se desfazer por causa da umidade (por isso fiz dois: enquanto um seca, uso o outro). Outra dica é colar um pedaço de lixa em qualquer coisa cilíndrica, assim dá pra lixar a parte interna dos furos centrais e em ângulos mais fechados também (às vezes a lima não é grossa o suficiente, então as lixas são melhores).

    Tacos de lixar feitos em casa

    O uso de tacos de lixar é bom quando se usa lixas mais grossas (quanto menor o número da lixa, mais grossa e mais abrasiva ela é), mas é dispensável para lixas mais finas, usadas para o acabamento. As mais finas eu costumo cortar em pequenos quadrados (5 x 5 cm) para aproveitar melhor. Usar pedaços grandes demais acaba por deixar áreas da lixa sem uso. E aqui vai uma outra dica ao usar lixas grossas: depois de algum tempo o pó se acumula entre os grãos e deixa a lixa menos abrasiva. Remover esse pó com um pincel de no mínimo 1/2 polegada aumenta um pouco a vida útil dela (sei que lixas são bem baratas, mas faço isso para reduzir o número de vezes que tenho que colar pedaços novos no taco).

    Outra ferramenta bem útil é o grampo de fixação tipo "C", também conhecido como "sargento". Dois já é um bom número e sabendo colocá-los em posições estratégicas não tem problemas da chapa ou do bumerangue escorregarem durante o trabalho. Há outros tipos de grampo, mas o grampo em "C" tem vantagens porque dá pra regular a força do aperto.

    Grampos tipo "C"

    Dicas: prefiram grampos totalmente de metal, pois há alguns cobertos com uma cerâmica que quebra e descasca com pequenas quedas e pancadas; Não comprem grampos muito grandes, os de 2 polegadas já são de bom tamanho; Quando forem usá-los, posicionem a alavanca de regulagem para baixo da mesa de trabalho, assim ela não atrapalha o movimento de suas mãos; Quando o material em que estiverem trabalhando for fácil de arranhar, envolvam com uma flanela a parte que ficará em contato com o grampo; Não apertem muito o grampo, pois isso pode marcar  ou causar afundamentos no material que está sendo trabalhado, mesmo com a flanela.

    E, depois de tudo isso, as últimas ferramentas que se usa são vassoura e pá pra recolher a sujeira!    ;-)

    Bons ventos a todos!
    Ítalo Carvalho.

    Referências utilizadas:
    Todas as fotos por Ítalo Carvalho.