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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Agradecimentos

Olá, bumeranguers!

O blog "Bumerangue Salvador" tem pouco mais de um mês que começou a ser publicado e até agora só rendeu coisa boa! 

Agora tem uma imagem decente, presente do Matheus Vital, da Bume Show (muito obrigado, Matheus!), e não mais as plantas dos próximos bumerangues que eu pretendo fazer ;-p. 

Já tem link nos sites do Tales Maomba (Bumerangue Santista), do Sanca (Arremessos) e do Jair Junior (Bumeranguemania), muito obrigado a todos pela ajuda na divulgação. 

Já me escreveram expressando seu reconhecimento e apoio moral o Teixeira (Free Flyght), o Diogo e a Kênia (Dr. Boom) e o Magrão (Bahadara). Obrigado, pessoal! Obrigado também a quem me escreveu pelos comentários e por outros meios!

Agradeço também ao Sandro Freitas e ao Jerri Leu (Sempre Volta) pela imensa paciência que têm demonstrado ao responder minhas perguntas (que não são poucas!) pelo Orkut.

O número de visitantes também me deixou muito satisfeito! Mais de 150 pessoas já acessaram o blog, algumas até em outros países (Argentina, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal e Uruguai)! Descobri que tem gente interessada em bumerangue em várias cidades do Brasil, só pra dar uma idéia, vejam o mapa do país na versão com catapora (cada mancha é uma cidade, umas 40 até agora):


Muito obrigado a todos! Saber que o blog está sendo útil e o reconhecimento do público, assim como do pessoal que entende mais de bumerangue, são a as minhas maiores recompensas! Vou continuar trabalhando pra tornar o conteúdo mais rico!

Um forte abraço e votos de muito sucesso a todos!
Ítalo Carvalho.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Materiais utilizados: os mais comuns

Olá, bumeranguers!

Uma das coisas mais complicadas pra se falar quando o assunto é fabricação de bumerangues são os tipos de materiais utilizados como matéria-prima (a física do bumerangue é mais complicada ainda, mas um dia eu encaro esse desafio). O motivo é bem simples: não há textos em português disponíveis na internet para quem quer se aprofundar! Assim, só entende quem trabalha com isso. E a menos que os shapers brasileiros estejam aceitando aprendizes em suas oficinas (seria uma boa ideia, se alguém abrir processo seletivo, me avisa!), só quem tem tempo (e grana) pode descobrir tudo na tentativa e erro. Fora isso, só nos resta encher o pessoal mais experiente de perguntas. Para reduzir um pouco essa lacuna no conhecimento fui pesquisar um pouco (leia-se "bastante"!) e encontrei coisas bem legais, que agora divido com vocês. 

Qualquer coisa pode servir para fazer um bumerangue, desde que seja plano e tenha uma certa rigidez, além de resistência. O que deve ser levado em conta é que tipo de bumerangue se quer fazer. Indoor ou outdoor? Para competição ou just-for-fun? A que distância ele deve voar? A que intensidade de vento ele deve resistir?

O que vai determinar o voo do bumerangue é o shape (que será tratado em outro post) e a densidade do material. Se forem feitos dois bumerangues de shapes iguais (incluindo a espessura) em materiais diferentes, o bumerangue feito no material mais denso será mais pesado e por isso tenderá a ter um voo maior e resistir a ventos mais fortes, existindo algumas exceções [1]. Copiar um bumerangue no mesmo material do original mas em uma espessura diferente (bumerangues outdoor geralmente são feitos em espessuras de 2 mm a 6 mm.) também pode alterar o voo em outras coisas além da distância e a resistência ao vento. É provável que o shape tenha que ser ajustado para que a cópia voe igual ao original.

Depois dessas noções básicas, vamos aos materiais. Os materiais descritos aqui são os mais comuns e fáceis de encontrar (em outro post são tratados os materiais menos comuns). Podem ser trabalhados com serra tico-tico, grosas, limas e lixas, não sendo necessárias ferramentas mais sofisticadas (vejam o post "Fabricando seus próprios bumerangues" para ver as ferramentas mais básicas). Recomenda-se que o shaper utilize máscara durante todo o processo (máscaras descartáveis de papel já são suficientes, exceto se a pintura for feita com pistola, mas isso será tratado em outro post). São eles:

  • Madeira - utilizada principalmente em forma de compensados, Quanto mais camadas o compensado tiver, melhor ele será para a fabricação de bumerangues (em outro post comento como escolher um compensado). Como cada camada é colada de maneira que as fibras da madeira fiquem em diferentes direções, os compensados são mais resistentes que a madeira maciça (que só é usada para fazer lap joints e natural elbows, mas esses bumerangues são mais frágeis e servem apenas como modelos artísticos para colecionadores, assim como os strip laminateds [2]). Densidade: Existem compensados com diversas densidades, cabendo ao shaper escolher a que mais se adequa ao modelo que será feito. O problema é que poucas vezes os vendedores sabem informar qual a densidade de seu produto. Usos: A madeira é utilizada para fazer bumerangues de basicamente todas as modalidades competitivas (menos frequentemente de Fast Catch e Enduro), além de ser um dos materiais mais utilizados para modelos just-for-fun. Porém está sendo largamente substituída por materiais sintéticos, pois estes, à medida em que vão sendo aperfeiçoados, apresentam melhor desempenho. Além disso, árvores adequadas à indústria madeireira estão ficando escassas, o que é um problema geral e não só para o mundo do bumerangue. Trabalho: É um material  fácil de trabalhar. Existem serras apropriadas para o corte, sendo que qualquer jogo de serras para tico-tico vem com pelo menos duas. Antes da pintura, recomenda-se passar seladora para evitar que a tinta seja sugada por entre veios. Para deixar a pintura mais bonita deve-se usar uma tinta branca como fundo para outras cores. Aceita diversos tipos de tinta. Como conseguir: compensados de boa qualidade podem ser comprados em madeireiras. Pequenos pedaços de compensados mais ruinzinhos podem ser achados em lugares que trabalham com madeira. Leia mais sobre a madeira aqui
  • MDF - "Mediunm Density Fiberboard", ou "placa de fibra de madeira de média densidade". Bastante usado pela indústria moveleira, é um excelente material para se aprender a fazer bumerangues pela facilidade de trabalhar e pelo baixo preço (com menos de R$30,00 dá pra comprar uma placa que rende algumas dezenas de bumerangues, assim ninguém precisa se preocupar se estragar alguns por causa de erros). Porém, serve apenas para aprender a fazer, pois o MDF não é muito resistente a impactos e os bumerangues ficam frágeis (o que não impede que durem muito, se forem tratado com muito cuidado). A espessura ideal é de 3 ou 4 mm, mais que isso deixa o bumerangue muito pesado [3]. Densidade: depende do tipo. O MDF standard tem densidade de 0,75 g/cm³, o light 0,6 g/cm³ e o ultralight 0,45 g/cm³ [4]. Usos: como os bumerangues ficam frágeis, o MDF é melhor aproveitado em bumerangues just-for-fun. Trabalho: do mesmo jeito que os compensados, com a vantagem de ser mais fácil de desbastar e dar acabamento. Como conseguir: Em madeireiras.
  • PVC - O PVC é um plástico e os bumerangues feitos dele na espessura de 1 mm ou 2 mm são fáceis de arremessar e de pegar, motivo pelo qual é bastante recomendado para iniciantes no esporte. Pode ser utilizado em espessuras que vão de 0,5 mm a 4 mm. Por ter uma alta densidade, não se recomenda o uso de PVC com mais de 5 mm (sendo que nessa espessura o bumerangue já fica muito pesado) [5] Densidade: entre 1,3 g/cm³ e 1,5 g/cm³. Usos: bumerangues just-for-fun para iniciantes e modelos para competições indoor* (com 1 mm ou 2 mm). Na espessura de 0,5 mm dá ótimos minibumerangues que podem ser arremessados em espaços bem reduzidos (de no mínimo 3 m). Trabalho: em 0,5 mm pode ser cortado com tesoura e a partir de 1 mm usa-se serra. O shape só é feito a partir dos 2 mm, abaixo dessa espessura se faz vincos (o princípio é o mesmo que os minibumerangues de papel). O PVC pode ser shapeado com lixas grossas, não sendo necessárias limas e grosas. Não chega a derreter em nenhum momento durante o trabalho, ao contrário de outros plásticos. Aceita diversos tipos de tinta. Como conseguir: o PVC pode ser comprado em lojas de materiais plásticos. Como é utilizado em comunicação visual, placas descartadas podem ser facilmente encontradas.
  • PVCe - gerado pela adição de bolhas de ar no PVC (o "e" significa "expandido"), deixando ele mais leve. Densidade: 0,85 gcm³. Usos: os mesmos que o PVC comum, principalmente na espessura de 3 mm. Trabalho: da mesma maneira que o PVC comum. Como conseguir: da mesma maneira que o PVC comum.
  • PP - Polipropileno. É um plástico atóxico, fácil de trabalhar, muito resistente a impactos e bastante barato, o que faz dele um dos materiais mais usados para a fabricação de bumerangues [1]. Pode ser regulado facilmente com torções e empenamentos e geralmente apresenta boa memória (as asas não voltam à posição original, a não ser que vocês desfaçam a regulagem). Pode ser usado em diversas espessuras, sendo as mais comuns de 4 mm e 5 mm. Os bumerangues podem ser feitos a partir de chapas (produção artesanal) ou por injeção em moldes (para produção industrial de larga escala). Densidade: 1 g/cm³ [1]. Usos: serve para bumerangues de todas as modalidades competitivas, exceto MTA e LD, sendo que para Australian Round é necessário o uso de chumbos [1]. Trabalho: deve ser serrado devagar, pois o calor gerado pelo atrito pode derreter o plástico, que volta a se colar depois que a lâmina passa [1]. Pode-se usar lixas ou limas para fazer os perfis das asas [1]. Como não aceita pinturas sem um banho químico, recomenda-se o uso de cores chamativas, como vermelho, laranja e amarelo. Como conseguir: em lojas de materiais plásticos.
  •  P.A.R. - Polímero de Alta Resistência. É difícil quebrá-lo, mas pode ser deformado (em caso de choques muito fortes com coisas duras, como postes e paredes, o bumerangue amassa no local, mas nada que altere muito seu funcionamento). Não é um material muito popular no Brasil, apesar de render bons bumerangues. Está disponível apenas com espessura de 4 mm. Densidade: aproximadamente 1,1 g/cm³. Usos: basicamente para modelos just-for-fun. Por ser um material um pouco flexível não é recomendado para modelos de duas asas de grande envergadura, devendo ser usado para aqueles de asas de tamanho médio ou pequeno [6], com envergadura padrão de 25 cm ou 26 cm [7]. A largura da asa deve ser de no mínimo 2,5 cm, mas podem ser feitos modelos com asas de 2 cm se forem adicionados undercuts [7]. Trabalho: deve-se usar serra com dentes de tamanho médio e cortar com velocidade baixa e constante, pois derrete e pode voltar a colar [7]. Pode ser lixado manualmente, mas se forem usadas lixadeiras elétricas ele pode derreter. Os bumerangues feitos de P.A.R. têm um retorno mais pesado, então é recomendado dar uma pequena lixada nas arestas ("quinas") para evitar machucados. Aceita diversos tipos de tinta. Como conseguir: Através da loja Free Flyght.
  • PSAI - Poliestireno de alto impacto. É um material bom para quem está aprendendo a fabricar. Mais resistente que o PS comum, que também serve para fazer bumerangues (a densidade, os usos e a maneira de trabalhar são iguais para os dois). Pode ser usado nas espessuras de 2 mm e 3 mm. Densidade: 1,04 a 1,07 g/cm³ [8]. Usos: é mais usado para modelos de três asas e em alguns de duas asas de tamanho reduzido [9]. Pode ser usado em modelos just-for-fun, mas também para competições nas modalidades Trick Catch, Fast Catch, Enduro, Precisão [9]. Nas espessura de 3 mm é possível fazer bumerangues para Australian Round que alcançam 35 m e MTAs que cheguem a 20 segundos de voo [9], o que não é muito para competições mas já é o suficiente para quem quer começar a treinar essas modalidades. Trabalho: derrete ao ser cortado, portanto o corte deve ser feito com velocidade baixa. Aceita diversos tipos de tinta. Como conseguir: através de lojas de materiais plásticos. Também é utilizado em comunicação visual, então não é difícil encontrar placas de PSAI descartadas.
  • PETg - material semelhante ao utilizado na fabricação de garrafas de refrigerante (conhecidas com "garrafas PET"), porém mais resistente. Por sua alta resistência, comparável à do PP, é considerado um material nobre na fabricação de bumerangues. Com uma densidade um pouco elevada, a melhor espessura é a de 3 mm, pois espessuras maiores deixam o bumerangue muito pesado [10]. É um material caro, por isso não é muito usado. Densidade: 1,27 g/cm³ Usos: por ser um material um tanto quanto flexível, não se recomenda fazer modelos de duas asas com ele, ficando melhores os modelos de três ou quatro asas [10]. No segundo caso as asas não podem ser muito grandes, para evitar que o bumerangue fique muito pesado [10]. É mais indicado para modelos que atingem no mínimo 30 m [9]. Trabalho: Não derrete ao ser cortado, pode ser trabalhado com lima e grosa e é fácil de pintar [9]. Como conseguir: através de lojas de materiais plásticos.
É importante notar uma coisa: densidade não significa necessariamente resistência a impactos! Um material pode ser pouco denso e bastante resistente, da mesma maneira que outro pode ser muito denso e de baixa resistência. E ainda tem mais: não fiquem preocupados em fazer bumerangues apenas dos materiais mais resistentes que existem. Quem já tem experiência em arremessar pode utilizar materiais pouco resistentes e fazer seus bumerangues durarem bastante. Já iniciantes podem quebrar modelos em materiais muito resistentes por causa da falta de habilidade, portanto isso é bastante relativo. Se fosse para ordenar os materiais do menos resistente para o mais resistente, ficaria mais ou menos assim: PS < PVC e PVCe < PSAI < P.A.R. < PETg < PP (Deixei a madeira e o MDF de fora porque depende muito da qualidade de cada tipo).

Quem quiser comprar chapas dos plásticos que listei acima recomendo a Central do Acrílico, a Vicky e a Day Brasil (essa última tem uma loja em Lauro de Freitas, perto aqui de Salvador). Vejam bem exatamente o que vocês querem através dos sites, pois os atendentes muito provavelmente não saberão ajudar se vocês disserem que querem fabricar bumerangues.

Em outro post tratarei de materiais menos comuns (e que dão mais trabalho) na fabricação de bumerangues. Quem quiser informações um pouco mais técnicas (não relacionadas à fabricação de bumerangues) sobre esses e outros materiais pode visitar esses links:

Materiais utilizados - disponível no site do Sanca, de São Carlos - SP.
Terminologia - Materiais - disponível no site do Jerri Leu, de Balneário Camboriú - SC.
Materiais / Brindes - disponível no site do Teixeira Curti, de São Paulo - SP (inclui uma comparação entre bumerangues em PVC e em PS, além do uso dos materiais que não tratei aqui)

Bons ventos a todos.
Ítalo Carvalho.

*Os modelos indoor possuem tamanho reduzido, qualquer que seja o material utilizado. Pode-se fazê-los no tamanho de uma folha A4 (210 mm x 297 mm) [9]

Referências utilizadas:
[2] Ricardo Marx, via comunidade Bumerangue / Boomerang
[3] Jerri Leu, via lista de discussão BUME.com.br
[4] Difratelli
[5] Magrão, via lista de discussão BUME.com.br
[6] Luiz Claudio Castro, via lista de discussão BUME.com.br
[7] Teixeira Curti, via e-mail
[8] Embratech
[9] Sandro Freitas, via  comunidade Bumerangue / Boomerang
[10] Jerri Leu, via comunidade Bumerangue / Boomerang

sábado, 24 de abril de 2010

Cuidando de seus bumerangues

Olá, bumeranguers!

Lembro de ter visto em algum vídeo do Youtube (não lembro qual) que um bumerangue dura em média três anos. Não sei se essa estimativa é confiável,  pois vai depender do material utilizado e se é um modelo just-for-fun ou para competição, além, é claro, dos cuidados que o praticante toma. E é justamente desses cuidados que vou tratar aqui. Como os bumerangues são objetos simples, não é necessário um grande número de cuidados. Na verdade, a maioria das coisas que escrevo aqui são apenas bom senso, e o resto são boas idéias que podemos usar.

A primeira coisa é o armazenamento. Quando temos poucos bumerangues, costumamos deixá-los largados em qualquer lugar. Porém, com o tempo vamos aumentando nossa coleção e vemos não dá mais para fazer isso. Muitos utilizam mochilas para guardá-los e transportá-los para o campo. Embora não seja o ideal (pelo risco de empenar os bumerangues e até arranhar a pintura), é eficiente, desde que não fique muito apertado.

[1]

Também é possível encontrar malas de campo com divisórias internas de plástico, que acomodam sem problemas de 25 a 30 bumerangues (a BUME e a Free Flyght possuem alguns modelos).

Uma maneira ainda melhor é usar caixas plásticas grandes e construir nelas divisórias ou suportes para acomodas os bumerangues. Como são espaçosas e pesadas, são uma opção mais viável para quem possui carro. Podem ser usadas caixas de ferramentas ou do tipo tupperware:

[2][2][3][3]

Para os modelos de MTA podem ser construídos estojos à parte, o que evita que eles percam a regulagem. Estojos feitos com canos de PVC de 75 mm são muito usados pelo mundo e fáceis de fazer, mas existem outra opções:

 [2] [2]
 [3]

Além dessas opções, há pessoas que penduram seus bumerangues em pregos nas paredes, fazendo deles uma forma de decoração (principalmente os modelos artísticos e os exemplares de colecionador, que não são arremessados).

Não importando de que maneira vocês armazenem seus bumerangues, outros pontos devem ser observados. Nunca os deixem expostos à umidade, ao sol ou a altas temperaturas, pois isso pode empená-los (evitem deixar dentro do carro, que sofrem grandes variações de temperatura ao longo do dia). Após arremessar, limpem os bumerangues com um pano úmido para retirar terra, poeira ou sal (pra quem joga próximo ao mar). Evite arremessar em locais que não areia fofa ou grama (exceto, é claro, os modelos indoor, que são arremessados em quadras cobertas), pois o cimento e até mesmo terrenos de terra batida com muitas pedras podem causar danos irreversíveis ao bumerangue. E nunca emprestem seus bumerangues para quem não sabe arremessar, pois além do risco de verem seus bumerangues quebrados ou perdidos existe o risco de alguém sair machucado. Se forem ensinar alguém a arremessar, prefiram modelos para iniciantes (e baratos, por via das dúvidas) e o façam em dias de vento calmo.

E já que mencionei a possibilidade de quebrar ou perder bumerangues, aqui vai uma dica bastante útil: sempre que comprarem novos modelos, façam plantas deles em cartolina. Assim vocês podem repor os modelos sempre que necessário, caso já fabriquem seus próprios bumerangues. Mas essas plantas devem servir apenas para uso próprio! Não as disponibilizem na Internet, pois são propriedade de seus criadores e ninguém gosta de ver seus modelos sendo copiados e vendidos por outros fabricantes!

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho.

Referências utilizadas:
[1] Foto por Ítalo Carvalho
[2] Fotos por Jerri Leu
[3] Fotos por Sandro Freitas

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Construindo uma biruta

Olá, bumeranguers!

Já comentei sobre a utilidade da biruta no post sobre como lidar com a direção do vento. Lá eu dei uma sugestão de como fabricar uma e agora vou dar mais detalhes.


Para a haste, usei uma antena velha de TV, que é retrátil e posso carregar dentro da mochila sem problemas. Ela tem 30 cm retraída e 1 m estendida:


Para indicar a direção do vento usei um pedaço de tecido bem leve (que tirei de um mousepad) amarrado a um cordão de nylon. Vocês podem usar fitas de cetim ou de embrulhar presente, que são mais fáceis de encontrar e também mais leves (são sensíveis até a brisas bem fracas), o importante é que o não seja muito pequena (pouco visível), mas também que não seja muito grande (se ficar encostando no chão, o vento não vai levantá-la). Prefira cores vibrantes e que se destaquem na paisagem, pois são mais visíveis a maiores distâncias (se você arremessa em gramados não use verde, se arremessa na praia não use amarelo etc.).

Para não ter que ficar enterrando a haste no chão toda vez que for arremessar (ou mesmo pra quando for arremessar em lugares onde não dá para cavar), construí uma base para a biruta:


Usei um pedaço cilíndrico de madeira (na verdade cortei a ponta de um pé de um velho banquinho) com 7 cm de altura e 4 cm de diâmetro. Fiz um furo de 4 cm de profundidade e 1,5 cm de diâmetro para encaixar a antena. Como o cilindro de madeira é leve, ventos um pouquinho mais fortes faziam com que ele caísse, então usei massa epóxi para alargar a parte de baixo da base pra 8 cm de diâmetro, o que dá mais estabilidade.

Por fim, para que a haste não ficasse muito torta quando encaixada na base (a antena é bem mais estreita que o buraco que fiz), coloquei um pouco de massa epóxi na ponta da antena. Como coloquei massa demais, reduzi a espessura com uma lixa até que coubesse:


Pronto! Isso já é o suficiente para uma biruta caseira, feita com materiais fáceis de achar (na verdade a única coisa que comprei foi a massa epóxi, que não sai por mais de R$4,00). É claro que é apenas uma sugestão, vocês podem mudar o que quiserem ou inventarem suas birutas do zero.

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho.

Referências utilizadas:
Todas as fotos por Ítalo Carvalho.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

"Bumerangue Salvador" no Twitter

Olá, bumeranguers!

Antes de criar esse blog eu havia criado uma página no Twitter para passar o endereço a quem se interessasse por bumerangues. Lá eu colocava vários links para os sites que poderiam ajudar os iniciantes. Porém, vi que ficava muito limitado e, na vontade de passar mais informação para as pessoas, eu abandonei o Twitter e comecei a construir o blog. 

Mas, como a página já estava feita, resolvi voltar a usá-la, só que desta vez para anunciar lá as atualizações e mudanças que fizer aqui. Também vou colocar links de coisas interessantes que eu encontrar mas que não considero o suficiente para fazer um post. Quem tem cadastro no Twitter pode me seguir, que não tem pode ficar de olho na barra à direita do blog, onde aparecem as últimas postagens que eu fizer (lembro que qualquer um pode ver a página, não só quem tem cadastro).

O endereço da página é http://twitter.com/bumerssa.

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Pesos e flaps

Olá, bumeranguers!

Existem milhares de maneiras de regular um bumerangue para conseguir milhares de efeitos diferentes, por isso saber de alguns truques nunca é demais. Aqui vão algumas dicas de como posicionar pesos e flaps.

PESOS



  • Peso no ponto 1: aumenta a distância e deixa o voo elíptico (em forma de "U");
  • Peso no ponto 2: reduz a distância e deixa o voo mais baixo;
  • Pesos nos pontos 2 e 4: deixa o bumerangue mais resistente ao vento;
  • Peso no ponto 3: reduz a distância
  • Peso no ponto 4: faz o bumerangue cair à frente do lançador (sem chegar a ele) e deixa o voo mais alto;
  • Peso no ponto 5: aumenta a distância e a rotação e faz o bumerangue voar em "S";
  • Pesos nos pontos 1, 3 e 5: aumenta a distância e a rotação e faz o bumerangue cair à frente do lançador.

Colocar um elástico onde é indicado na figura ("Gomas elasticas") reduz o giro e faz com que o bumerangue não caia depois do lançador em ventos mais fortes, além de deixá-lo sem giro na chegada.


FLAPS

Os flaps são pedaços de fita adesiva (ou mesmo esparadrapo) colados sobre as asas para criar turbulências e estabilizar o voo, pois reduzem a eficiência das asas e melhoram a resistência do bumerangue a ventos mais fortes. Podem alterar bastante as características do voo de um bumerangue que o fazem parecer um novo modelo (com a vantagem de serem uma alteração reversível). Geralmente são colocados na parte de cima do bumerangue e foram criados pelo neo-zelandês Earl Tutty.


Modelos com mais de duas asas:
  • Flap no ponto A: reduz o giro e aumenta a distância;
  • Flap no ponto B: reduz o giro e deixa o voo mais baixo;
  • Flap no ponto C: reduz um pouco o giro e aumenta um pouco a distância.
Modelos de duas asas
  • Flap no ponto D: reduz um pouco a rotação e deixa o voo mais baixo;
  • Flap no ponto E (na parte de baixo do bumerangue): reduz um pouco a rotação e deixa o voo mais alto;
  • Flap no ponto F: aumenta a distância;
  • Flap no ponto G: reduz a rotação e aumenta a distância

Com isso vocês já podem encarar condições de tempo adversas, já que boa parte dessas regulagens (as que reduzem o giro) deixam os bumerangues mais resistentes ao vento. Lembro que tudo isso pode ser combinado entre si e com outras formas de regulagens, basta ter criatividade para descobrir o que cada combinação pode fazer.

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho.

Referências utilizadas:
O material desse post foi baseado em informações disponíveis no sita da Asociación Española de Bumerán Deportivo

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Dinâmica dos ventos

Olá, bumeranguers!

Quem já tem o mínimo de experiência sabe que a melhor condição para arremessar bumerangues são ventos constantes, tanto em intensidade, quanto em direção. Pra conseguir isso os melhores lugares são terrenos planos à beira do mar. Mas como nem todo mundo mora no litoral, lugares planos sem muitos obstáculos e longe de morros ou casas já proporcionam bons ventos:


[1]


Já em morros, o vento tende a ser mais constante no topo. Próximo às encostas são geradas turbulências e o ar faz círculos, atrapalhando o voo do bumerangue:

[2]


O mesmo ocorre próximo a obstáculos como casas e árvores:

[3]


Em vales apertados os ventos podem subir ou descer. O mesmo acontece em terrenos inclinados e, a depender da posição relativa do vento, o bumerangue tenderá a subir (se o vento for ascendente) ou a ser empurrado para baixo (se o vento for descendente), o que é o mais problemático:

[4]


Tudo isso são padrões gerais que podem variar entre diferentes lugares, além de serem afetados pelas condições de tempo também.

Pra quem está iniciando o recomendado é evitar arremessar onde os ventos não são constantes, pois isso evita acidentes (como perder o bumerangue ou acertar alguém). Quem tem mais experiência pode tentar modelos de voo alto e que chegam por cima, evitando os de voo rasante.

Bons ventos a todos!
Ítalo Carvalho

Referências utilizadas:
O material desse post foi baseado em informações disponíveis no sita da Asociación Española de Bumerán Deportivo. A seguir, os créditos das imagens: [1] Desenhista Albondi, copyleft da Asociación. [2], [3] e [4] Livro "Magie del boomerang", de Jacques Thomas, 1985. Original em francês.

domingo, 18 de abril de 2010

Kit de campo

Olá, bumeranguers!

Quem vai para campo arremessar não leva apenas os bumerangues. É comum os praticantes usarem grandes mochilas cheias de bolsos para transportarem diversos acessórios. Alguns itens são bem úteis e até recomendáveis, mas cada um decide o que quer levar. Aqui vai minha sugestão de um kit de campo com algumas coisas básicas e outras nem tanto (visite o post "Regulando o bumerangue" para saber a utilidade de alguns itens)*:



  • Flanela: quando o campo está molhado depois de uma chuva, a flanela serve tanto para enxugar quanto para limpar a terra que fica nas mãos e no bumerangue, em caso de arremessos errados. Também pode ser usada para enxugar o suor em dias ensolarados (é claro que não vai ser a mesma usada para limpar a terra). Pode ser colocada no bolso, mas é mais prático pendurar por uma ponta na cintura da bermuda.
  • Moedas: moedas antigas podem ser fáceis de achar, mas as de um centavo também servem muito bem e não vão fazer muita falta. Podem ser substituídas por outros tipos de peso, como pedaços de chumbo achatados ou lead tape.
  • Fita adesiva: pode ser usada para prender pesos ou mesmo para fazer flaps. Prefiram fitas de boa qualidade para evitar que se soltem com facilidade. Mas cuidado: a fita pode arrancar a tinta de alguns bumerangues, a depender do tipo de acabamento que eles receberem.
  • Tesoura: se a fita adesiva é muito boa, pode ser difícil cortar com os dentes. Prefiram tesoura sem ponta, pois isso evita furos na mochila ou outros acidentes.
  • Adesivos: úteis para colar em bumerangues de cores que não se destacam. Como jogo em lugares gramados, bumerangues verdes e pretos ficam camuflados no caso de arremessos errados. Adesivos vermelhos ajudam a achá-los mais facilmente. São a única opção quando os bumerangues não podem ser repintados (os de PP principalmente, pois esse material precisa de um banho químico para poder aceitar tinta).
  • Lixa: serve tanto para fazer pequenos ajustes quando se testa um modelo que se acabou de fazer quanto para tirar rebarbas de bumerangues que sofreram choques (os de PP, principalmente).
  • Elásticos: pacotes com 200 unidades são baratos, mas não levem todos para campo. Uns 30 ou 40 já são um bom número. Dificilmente vocês usarão muitos elásticos, a não ser que queiram deixar modelos sempre preparados para ventos mais fortes. Também podem ser usados pedaços de feltro.
  • Curativos: não é difícil machucar os dedos ou mesmo as pernas (principalmente a canela), logo, é sempre bom ter curativos. O ideal é um pequeno estojo de primeiros socorros, com água oxigenada e álcool iodado para desinfetar o ferimento, além de bandagens, gaze e esparadrapos para os casos de acidentes mais graves
    • Corda: quando o bumerangue cai em árvores ou lugares muito altos onde não é possível subir, pode-se usar a corda para tentar derruba-lo. Basta amarrar uma pedra pequena na ponta da corda, girar e lançar. É melhor do que tentar apenas atirar pedras ou pedaços de pau (que podem inclusive acertar outras pessoas). Dez ou vinte metros de corda são o suficiente (recomendo o cordão de nylon, que é barato, fino e fácil de transportar enrolado em um carretel). Se a corda ficar presa em algum galho, a tesoura pode ser útil para corta-la. Vocês também podem marcar na corda com nós as distâncias de 2, 4, 6, 8, 10 e 20 metros. Assim não é necessário carregar fitas métricas para marcar raias.
    • Estilingue: quem tem boa mira, pode usar um para atirar a pedra amarrada na corda quando for resgatar bumerangues.

    • Vara de pesca telescópica: útil para tirar o bumerangue de lugares mais baixos. Há modelos disponíveis em vários tamanhos A minha é de composite de carbono, tem 70 cm recolhida e 3,60 m estendida. Custou R$17,00 e já evitou que eu subisse em muitas árvores (aliás, subir em árvores e construções é o segundo esporte favorito de quem pratica o bumerangue!).
    Outros itens que comumente se leva pra campo são anemômetro, cronômetro (principalmente quem treina para competições), luvas acolchoadas (para pegar bumerangues que voltam com muito giro, como os de fast catch. Geralmente só se usa em uma mão, deixando livre a mão usada para arremessar), lixas antiderrapantes ou fitas aderentes (para arremessar na chuva). Também se leva garrafas com água ou suco e às vezes algum lanche. Enfim, cada um sabe de suas necessidades e monta seu kit. Apenas tomem cuidado para não levarem coisas de mais que só ocupem espaço e façam peso.

    Bons ventos a todos!
    Ítalo Carvalho.

    *Todas as fotos por Ítalo Carvalho.

    quinta-feira, 15 de abril de 2010

    O Mestre e o Discípulo

    Olá, bumeranguers!


    Aqui vai mais um texto retirado do finado blog Bumerangue.net (lembrando que não alterei nem retirei nada dele!). Dessa vez com uma lição:


    "Este é um diálogo entre um mestre e um discípulo (mas não foi escrito pelo Paulo Coelho).
    Discípulo: Mestre, o bumerangue retorna?
    Mestre: Sim, gafanhoto, sempre retorna.

    Pouco tempo depois:
    Discípulo: Mestre, arremessei o bumerangue e ele não retornou, porquê?
    Mestre: Sempre retorna, gafanhoto! Neste caso, recebeste como retorno o infortúnio daqueles que ignoram a forma correta de segurar o bumerangue.

    Pouco tempo depois:
    Discípulo: Mestre, desta vez arremessei corretamente, mas não retornou:
    Mestre: Oh gafanhoto, desta vez recebeste como retorno o infortúnio daqueles que ignoram a direção do vento.

    Pouco tempo depois:
    Discípulo: Arremessei novamente e ainda não retornou;
    Mestre: Pobre ganfanhoto, continuas recebendo o retorno típico da ignorância e da insensatez. Desta vez não aplicaste o giro necessário.

    Pouco tempo depois:
    Discípulo: Oh mestre....
    Mestre: Ah, me dá aqui essa porcaria (o Mestre perde a paciência).

    Pouco tempo depois:
    Discípulo: Mas, mestre... o seu arremesso foi direto para dentro do lago!!!???
    Mestre: Hum, erh, rã... Recebeste em retorno mais um lição, pequeno gafanhoto: nunca empreste seus bumerangues.

    Durva Rodrigues"

    Bons ventos a todos!
    Ítalo Carvalho.

    Lugares para jogar em Salvador

    Olá, bumeranguers!
    Encontrar lugares bons para jogar é um pouco complicado. Os melhores lugares são grandes terrenos planos, sem árvores, traves (isso é quase impossível em um país que o futebol domina como esporte) ou outros obstáculos, longe de morros e com vento constante, tanto em intensidade quanto em direção. Para ser perfeito, deve ter um movimento de pessoas bem fraco, mas deve ter segurança mesmo pra quem estiver sozinho.

    As chances de achar um lugar desses em Salvador que não seja dentro de um clube ou outra propriedade privada e que não esteja sendo usado para outros fins? QUASE ZERO!!! Mas não vamos desanimar. Vou colocar aqui os lugares onde dá pra arremessar com relativo conforto e, à medida em que descobrir mais, vou postando.Os mapas são do Google Maps, então basta alterar o zoom para se localizarem.


    Praça Wilson Lins, Avenida Octávio Mangabeira - Pituba


    Exibir mapa ampliado


    Espaço bom para bumerangues de até 30 metros. O vento é constante por ser próximo ao mar. O movimento de pessoas* é de fraco a médio (o suficiente para termos que parar os arremessos enquanto alguns folgados passam bem na nossa frente só para atrapalhar mesmo). No verão os ventos são de fraco a moderados (entre 6 km/h e 8 km/h, velocidades perfeitas para boa parte dos bumerangues), mas no outono e inverno chegam a ficar bem fortes (em torno de 15 km/h) e impede o voo da maioria dos modelos em PP.


    5ª Avenida, CAB - Sussuarana




    O espaço é suficiente para bumerangues de 40 metros ou pouco mais. Porém os ventos são bem inconstantes e só quem já tem uma boa experiência consegue arremessar bem. O movimento de pessoas* é praticamente nulo, exceto pelo pessoal do helimodelismo que pratica nesse mesmo local (eles ficam mais próximo à 1ª avenida, então dá pra  arremessar do outro lado, numa parte rebaixada do terreno). Os ventos variam entre 8 km/h e 12 km/h no verão.


    Esses são os lugares onde já arremessei com meus amigos e dá para um grupo pequeno (no máximo cinco pessoas) praticar sem muitos problemas. Pequenas quadras ou campos de terra também servem, mas só para modelos de voo curto (20~25 metros) e se mais de uma pessoa for arremessar elas vão ter que se revezar.

    Pretendo visitar algumas praias, terrenos e campos de futebol para ver se servem como ponto de encontro. Quem souber de outros locais bons, favor compartilhar nos comentários (de preferência com o link do Google maps)! No momento, eu e meus amigos nos reunimos na Praça Wilson Lins todo sábado e em boa parte dos domingos das 7:30 às 9:30. Quem quiser pode aparecer lá para uns arremessos!

    Bons ventos a todos!
    Ítalo Carvalho

    * Nas manhãs dos fins de semana, entre 7h e 10h.

    quarta-feira, 14 de abril de 2010

    Hai Kai bumeranguístico

    Olá, bumeranguers!

    Procurando por mais informações sobre bumerangues, encontrei o blog Bumerangue.net, que a essa altura já está inativo. Mas achei algumas coisas interessantes por lá e vou repostá-las aqui. São textos com a intenção de divertir, só pra fugir um pouco do padrão que segui até agora de trazer apenas informação. Pra começar, aqui vão os Hai Kais bumeranguísticos do Durva Rodrigues (o texto foi reproduzido integral e fielmente):

    "Hai Kai, para quem não conhece, é uma amostra grátis de poema que os japoneses inventaram. Aparentemente é um poeminha xumbrega, alguns autores nem fazem questão de rimar, mas alguns são de um profundidade imensa (não é o meu caso). Gosto dos mais simples, que rimam a última sílaba do primeiro verso com a última do terceiro. Aí abaixo vão alguns hai kais bumeranguísticos. Invente os seus também. É divertido!

    Mulher bem cantada
    e bume de PVC
    são de fácil pegada.

    Bumerangues do Magrão
    e cartas sem o CEP
    voltam pra sua mão.

    Bume bem acabado
    e cartão mal endereçado
    voltam pro interessado.

    Endereço inexistente
    assim como o bumerangue
    volta pro remetente.

    Boêmio de sucesso
    imita o bumerangue:
    "aqui me tens de regresso"

    De dia voa o bume
    mas quando cai a noite
    somente o vaga-lume.

    Marca a tua raia
    e lança teu bume
    na beira da praia

    Só pra fazer um teste
    experimente um MTA
    na modalidade Fast

    Faça como eu
    se não gostou desses
    invente o seu.

    Durva Rodrigues"


    Bons ventos pra todos!
    Ítalo Carvalho

    terça-feira, 13 de abril de 2010

    Magrão e os bumerangues

    Saudações, bumeranguers!

    Planejo escrever um post bem completo sobre a história do bumerangue no Brasil. Mas como isso vai levar um bom tempo (e bastante trabalho!), vou deixar um link que pode servir pra atiçar a curiosidade de vocês. É o canal do Magrão no Youtube, com entrevistas, vídeos promocionais e matérias para a televisão das quais ele participou ao longo de vários anos.

    Uma vez que o Magrão é um dos maiores divulgadores do esporte no país, ele possui um acervo em vídeo bem interessante e rico. Pena que, segundo ele próprio, não dá pra colocar muito desse material on-line por falta de qualidade de imagem. Mas vamos esperar pra ver o que mais ele pode disponibilzar para a gente.

    Bons ventos!
    Ítalo Carvalho.

    Colocando chumbos

    Olá, bumeranguers!

    Se vocês querem aumentar a distância dos seus bumerangues, uma maneira de fazer isso é colocando chumbo nas pontas. Assim vai haver um ganho de uns 5 metros no alcance. Isso é mais utilizado em modelos para competição (principalmente para Australian Round) do que em modelos just for fun e é uma modificação irreversível, portanto pense bem se vale a pena fazer. O chumbo é fácil de encontrar em casas que vendem material para pesca e um punhado não deve custar mais que alguns poucos reais. Algumas pessoas conseguem até de graça em oficinas que fazem balanceamento de carros.

    O primeiro passo é fazer o furo de uma maneira que não permita que o chumbo saia com enventuais pancadas. Para isso, façam um furo que atravesse toda a espessura do bumerangue com uma broca fina. Depois usem uma broca mais grossa e a posicionem sobre o primeiro furo e "cavem" ao redor dele. Façam isso dos dois lados. Notem que vocês devem apenas aprofundar um pouco, ou seja, vocês não vão fazer um furo maior que atravesse toda a espessura do bumerangue. Se fosse possível ver o furo pela lateral, a visão seria como na imagem abaixo:


    Feito isso, agora é só fixar o chumbo. Pegue um pedaço que caiba na parte mais estreita do buraco, posicione e martele, colocando uma chapa de metal (ou qualquer coisa plana e dura) embaixo do bumerangue. Assim o chumbo vai amassar e preencher todo o furo. Depois é só lixar o excesso que ficar para fora. Abaixo tem um vídeo que mostra essa última parte:

    Dias 10, 11 e 12/08/2008 nos EUA, Delaware - OH - Disponível no site do Ricardo Marx

    Dicas: os materiais que melhor suportam a colocação de chumbo são os compensados a partir de 4 mm de espessura, baquelite, fibra de vidro e PP, enquanto compensados de 3 mm, ABS e PVC são muito frágeis (nesses casos pode-se pregar pequenas placas de chumbo com fita adesiva ou usar lead tape). Caso o bumerangue seja de algum material fácil de arranhar, enrolem-no com algum pano antes de martelar. E martelem com cuidado, pois se vocês acertarem o bumerangue por engano podem quebrar a asa de uma maneira que não dê para consertar. Sempre coloquem os chumbos antes de fazer o shape, pois se o bumerangue quebrar vocês não vão perder o trabalho.

    Bons ventos!
    Ítalo Carvalho.

    sábado, 10 de abril de 2010

    Minibumerangues

    Olá, pessoas!

    Pra quem é muito viciado em bumerangue não basta apenas arremessar em grandes espaços, mas em espaços pequenos também! Por isso é comum que praticantes fabriquem seus próprios minibumerangues para arremessarem dentro de casa ou outros espaços fechados (o Magrão já arremessou na cabine de um avião!!). Eles podem ser bumerangues minúsculos, que não arremessamos, mas damos um peteleco (ou sulipa, depende da região onde você esteja!) ou um pouco maiores, que arremessamos como um bumerangue de tamanho normal (mas com bem menos força, claro!).

    Nunca tentei fazer bumerangues de peteleco (a Bahadara vez ou outra vende, vejam o site deles), mas aqui vai um link que ensina:

    Bumerangue de peteleco - Site do Thiago Lemos, do Rio de Janeiro - RJ.

    Já fiz alguns com cartolina e papel cartão que ficaram bem legais. Nesse link vocês encontram quatro modelos:

    Boomerang - Disponível no site da Canon

    No primeiro link são as plantas e no segundo as instruções (tudo em inglês). Como nem todo mundo sabe inglês, vou ensinar como fazê-los.

    No site o tipo de papel recomendado é o Matte Photo Paper (seja lá o que isso for), mas dá pra fazer com material mais fácil de achar: cartolina ou papel cartão. A cartolina é mais leve, então os bumerangues ficam com um alcance bem menor, de uns 2 metros, enquanto o papel cartão permite fazer bumerangues que voam a mais de 4 metros (como esse é o tamanho da sala aqui de casa onde jogo, não sei qual o alcance máximo...). Recomendo que façam com cartolina apenas os três modelos menores, pois o maior só completa o voo direito com o papel cartão.

    Para fazer os bumerangues, eu recomendo que vocês imprimam só a parte de trás, que tem as marcas de onde dobrar as asas (linhas tracejadas/pontilhadas). Não precisa redimensionar nada, basta imprimir em uma folha A4. Depois é só colar na cartolina ou no papel cartão (na parte de trás, sem a cor) e recortar. Aí basta usar a peça que já foi cortada para marcar outra e, depois de cortada, colar as duas (usem cola em bastão, pois cola líquida pode empenar o bumerangue ou deixá-lo muito duro e difícil de regular). Após colar, coloquem algo pesado sobre o bumerangue para evitar que as partes desgrudem antes da cola terminar de secar. Pronto, é só isso! Se quiserem, pintem a frente do bumerangue (não usem tinta, pois também pode empenar o bumerangue) para ficar mais chamativo. Usem o bumerangue pronto para marcar outros na folha de cartolina ou papel cartão (uma folha dá pra fazer umas dez unidades)

    Para regular o bumerangue é só dobrar as asas nas marcas. Olhando para o fundo do bumerangue, os destros dobram para cima e os canhotos dobram para baixo. Quanto mais dobrar, mais perto o bumerangue voará. Além da distância é possível regular a altura do voo também: olhando para a frente do bumerangue, empenem as asas para cima e ele voará alto. Empenem para baixo e ele voará mais baixo (é o mais recomendado pra jogar dentro de casa, pois assim ele não bate no teto). Não empenem muito de uma vez só, vão experimentando empenar aos poucos.

    Para arremessar segurem na pontinha de uma asa do bumerangue (quase como se vocês estivessem com nojo dele) e coloquem bastante giro, usando apenas o pulso. Lembrem-se: giro não é o mesmo que força! Se vocês colocarem muita força o bumerangue vai subir de mais e provavelmente bater no teto. E na hora de pegar o bumerangue de volta tenham calma para não amassá-lo. Quando pegarem a prática, vocês podem brincar de fazer pegadas diferentes, como no topo da cabeça ou com a boca (cuidado com os olhos!). Quando não estiverem arremessando, deixem o bumerangue embaixo de um livro ou outro objeto pesado e regulem de novo quando forem arremessar.

    Além desses modelos, também tem plantas disponíveis no site do Kutek, para fazer com caixas de cereal: Kendall's CardboardArnaud's CardboardCardboardCereal Box Boom e Paperboom. Esses eu nunca fiz, então quem fizer conta nos comentários como foi a experiência.

    Vocês também podem fazer minibumerangues com diversos materiais, como PVC 0,5 mm. Mas o legal é procurar materiais em casa e reaproveitá-los (várias embalagens de plástico podem ser usadas). Ainda é possível usar plantas de bumerangues grandes para fazer versões mini deles. Basta encolher a planta e fazer dobras nas pontas das asas iguais às dos modelos que mostrei a vocês.

    E pra quem entende inglês, esse livro pode ser uma boa fonte:

    The Paper Boomerang Book

    Bons arremessos a todos!
    Ítalo Carvalho.

    Vídeo aulas

    Olá, pessoas!

    Agora que vocês já sabem como são as regras das competições, aqui vão alguns links que podem ser úteis. São vídeo aulas preparadas pelo bicampeão brasileiro Sandro Freitas (visite o canal dele no Youtube, com muito mais coisas). Os vídeos falam por si mesmos:

    MTA


    TRICK CATCH


    TRICK CATCH DOUBLING



    E só por curiosidade, esse vídeo mostra como imprevistos podem acontecer quando se sai para arremessar:



    Bons arremessos!
    Ítalo Carvalho

    sexta-feira, 9 de abril de 2010

    Instituições

    Olá, pessoas!

    Todo esporte tem instituições que cuidam de suas regras, práticas e divulgação, além dos interesses dos atletas, entre outras coisas. O órgão mundial máximo do bumerangue nesse sentido é a International Federation of Boomerang Associations. No Brasil, há duas instituições atuantes. A Associação Brasileira de Bumerangue, presidida atualmente pelo Ricardo Marx e filiada à IFBA e a Federação Brasileira de Bumerangue , presidida pelo Carlos Martini, o Magrão. Ambas são ativas, confiram os calendários dos eventos e campeonatos nos sites.

    Vocês podem se filiar a qualquer uma das instituições nacionais (ou mesmo às duas) e ter direito a vários benefícios, bastando pagar uma anuidade. Cabe a cada atleta conhecer cada instituição e escolher com qual mais se identifica, tendo em vista os objetivos principais de cada uma. Em alguns campeonatos organizados por uma instituição, pode ser necessário que o atleta seja filiado para ter o direito de participar (quando qualquer atleta não-filiado pode participar o campeonato é dito "aberto" ou "open"). Um exemplo são os campeonatos mundias, dos quais só podem participar atletas filiados a associações que integram a  IFBA.

    Infelizmente no momento os campeonatos ficam concentrados na região Sudeste do Brasil, que é onde o bumerangue é mais popular (seguida das regiões Sul e Centro-Oeste. As regiões Nordeste e Norte são bem desfavorecidas nesse ponto). Porém há chances de que isso mude no futuro, uma vez que o esporte vem ganhando visibilidade. Para dar uma idéia, ambas instituições têm conseguido patrocínios de grandes empresas, o que é um bom indicador.

    Acredito que antes de começarmos a ter competições em outras regiões é preciso primeiro um trabalho de divulgação, e nisso já estou fazendo minha parte com esse blog e talvez em breve com mais coisas. Então não fiquem parados esperando, divulguem vocês também o bumerangue, mesmo que seja só entre amigos e parentes! Com cada um fazendo um pouco, no futuro podemos ter um esporte popular, respeitado e com instituições fortalecidas.

    Bons arremessos a todos!
    Ítalo Carvalho.

    quinta-feira, 8 de abril de 2010

    Modalidades competitivas

    Olá, pessoas!

    O bumerangue é um esporte e como tal é normal que haja competições. Quem nunca pensou nisso deve estar se perguntando como são essas competições, então aqui vai um link onde tem tudo explicado:

    Modalidades - Site do Jerri Leu, de Balneário Camboriú - SC

    Essas são as modalidades individuais mais comuns. Além delas há modalidades em equipe:

    "- Team Relay 30 (Revezamento 30 m.): formam-se duas filas, uma de cada equipe, a partir da linha de 30 metros. Ao sinal, os primeiros da fila vão para o centro da raia e jogam juntos. A distãncia mínima de vôo é de 30 metros. Ao pegar o bumerangue no retorno, os arremessadores voltam correndo à fila, tocam na mão do jogador seguinte e assim sucessivamente, até o último da fila. O retorno deve ser feito por dentro do círculo de 8 metros. Se o bumerangue não for pego no primeiro arremeso, deve ser lançado novamente e, pegando ou não no retorno, só após a segunda tentativa se retorna à fila para liberar o próximo arremessador. Vence a equipe na qual todos os arremessadores tiverem jogado no menor tempo.
    - Super Catch: um jogador da equipe lança um MTA e é dado um sinal sonoro. Ao sinal, outros 3 membros da equipe iniciam jogadas de Fast-Catch. Quando o jogador que lançou o MTA o pega no retorno, o sinal sonoro é acionado duas vezes para serem encerradas as jogadas de Fast-Catch. Vence a equipe que tiver mais pegadas de Fast-Catch, no total dos 3 jogadores."¹

    As modalidades como descritas no link e acima são praticadas outdoor, ou seja, a céu aberto, em campos gramados. Há também competições indoor, realizadas em estádios ou quadras cobertas:

    Bumerangue Indoor - Site do Thiago Lemos, de Rio de Janeiro - RJ

    Em ambos os tipos, cada atleta arremessa sozinho, porém há um terceiro tipo em que mais de um atleta lançam seus bumerangues ao mesmo tempo - competições H2H (head to head, algo como mano a mano). As regras oficias de todos os tipos podem ser encontradas no link abaixo:


    Para ficar fera em cada modalidade é preciso bastante treino e um bom preparo físico, então, se quiserem competir, esqueçam que existe preguiça!

    Bons arremessos a todos!
    Ítalo Carvalho


    Referências utilizadas:

    quarta-feira, 7 de abril de 2010

    Preparando as plantas

    Olá, pessoas!

    Para seus bumerangues ficarem o mais próximo possível do que é colocado na planta e mesmo para um melhor aproveitamento do material vocês devem preparar as plantas para impressão (veja aqui onde conseguir plantas).

    A primeira coisa a se fazer é ajustar o tamanho da planta de acordo com o tamanho do bumerangue. Isso vai fazer com que seus bumerangues tenham o tamanho certo, embora não haja muitos problemas em se fazer um pouco maior ou menor. O tamanho pode ser indicado principalmente de três maneiras

    • Escala: quando impressa, a barra da escala deve ter o comprimento indicado (No caso do Beats Mini a barra deve ter 10cm)
    • Envergadura: é indicada a envergadura (comprimento entre as pontas das asas) do bumerangue em centímetros ou em polegadas (representadas por dois tracinhos após o número: "Billy Bob" hook)
    • Taxa de ampliação: a planta deve ser ampliada de acordo com a porcentagem indicada (veja o quadro na parte de baixo da imagem: Avantage)

    Para fazer o ajuste há duas opções: imprimir e tirar uma fotocópia (xérox) ampliada ou ajustar direto no computador, usando um editor de imagens (recomendo o GIMP, que é gratuito). Para saber em quanto ampliar nos dois primeiros casos citados acima basta usar essa fórmula:

    A = E x 100 / F

    Onde:
    • A é a taxa de ampliação; 
    • E é o tamanho que a barra de escala ou a envergadura do bumerangue devem ter depois de ampliados;
    • F é o tamanho da barra de escala ou a envergadura do bumerangue antes da ampliação (vocês podem medir com uma régua na planta impressa se forem fazer fotocópia ou com a ferramenta de medidas do editor de imagens)
    Pra exemplificar vou usar a planta do "Billy Bob" hook. Ela indica que a envergadura do bumerangue depois de feito deve ser de doze polegadas e meia, ou seja: 31,7 centímetros. Esse é o nosso E. Para achar o F basta utilizar a ferramenta de medidas do GIMP e medir a envergadura do bumerangue na planta, que dá 6,24 centímetros. Aplicando a fórmula: A = 31,7 x 100 / 6,24 , logo A = 508. Assim eu sei que devo ampliar a planta para que ela tenha 508% do tamanho que ela tem atualmente.

    Pessoalmente, eu prefiro redimensionar no computador e depois imprimir, e vou dizer porque: dessa maneira eu posso planejar como posicionar todas as plantas em uma única imagem de um jeito que dê pra aproveitar ao máximo o espaço na chapa! Depois é só ir a alguma papelaria que imprima em papéis de tamanho grande e imprimir em uma única folha. Aí é só usar papel carbono para passar as plantas do papel para a chapa. Mas se vocês quiserem fazer apenas um modelo e ele for maior do que suas impressoras conseguem imprimir em uma folha, vocês podem imprimir em mais de uma folha e depois emendar uma na outra que vai funcionar do mesmo jeito.

    O Sandro Freitas preparou um tutorial para quem usa o Corel Draw, vocês podem baixá-lo no link:

    Colocando o Bumerangue na Escala No Corel Draw e Imprimindo[1]

    Uma dica: para plantas sem escala, experimentem fazer os modelos de três asas com um comprimento de 14 cm da ponta da asa ao centro do bumerangue (eles ficarão com aproximadamente 26,5 cm de envergadura) [2]. Os de quatro asas ficam perto dessa medida também. Já os modelos de duas asas variam de tamanho de acordo com o tipo, mas quanto mais pesado for o material, maior deve ser a envergadura [2]. Para os tradicionais tentem fazer entre 30 e 50 cm [3]. Sugiro que tentem entre 28 e 30 cm para bumerangues do tipo ômega e entre 25 e 28 cm para modelos do tipo moderno (modern two blader). Veja como são os principais tipo de bumerangue no link abaixo (está em inglês, uma dia talvez eu traduza e poste aqui):


    Notem que esses números são médias. Os modelos podem variar para mais ou para menos, mas repito: os bumerangues provavelmente vão funcionar se forem feitos um pouco maiores ou menores. Porém recomendo que só tentem bumerangues de plantas com escala quando estiverem começando (principalmente os de duas asas).

    Quem quiser tentar fazer bumerangues em materiais de espessuras diferentes da que consta na planta, pode usar a tabela abaixo. Procurem na primeira coluna a espessura indicada na planta e na segunda linha a espessura do material de que serão feitos os bumerangues. O número indicado na tabela é a porcentagem do tamanho que o novo bumerangue deve ter em relação ao original. Notem que essa tabela só funciona se o material for o mesmo que o indicado na planta ou outro material com densidade similar (vejam as densidades de alguns materiais no post sobre "Materiais utilizados mais comuns"). Confiram:

    Resizing Boomerang Plans - Arquivo disponível na lista de discussão Boomerang Talk

    E uma última coisa: as plantas geralmente são para bumerangues que funcionam para destros. Os canhotos têm que inverter (espelhar) a imagem. O resto é igual.

    Bons arremessos!
    Ítalo Carvalho


    Referências utilizadas:
    [1] Sandro Freitas, via lista de discussão BUME.com. Obrigado por permitir a reprodução aqui, Sandro!
    [2] Jerri Leu e Sandro Freitas, via comunidade Bumerangue / Boomerang. Obrigado pela atenção!

    terça-feira, 6 de abril de 2010

    Tire suas dúvidas sobre bumerangue

    Olá, pessoas!

    Por mais que se pesquise na internet, muitas informações não são encontradas em sites e temos que recorrer a quem tem mais experiência para tirarmos nossas dúvidas. Isso pode ser feito entrando em contato diretamente com os shapers (vejam os sites no post "Onde comprar bumerangues na internet" e procurem pelos e-mails) ou outros praticantes, mas o Ricardo Marx criou um Formspring especialmente para isso, onde ele responde suas perguntas (pra ser honesto, a maioria das perguntas sobre fabricação e shape que tem lá fui eu que mandei...):

    Formspring BUME.com.br - página criada e gerenciada pelo Ricardo Marx, de Granja Viana - SP

    As respostas não são instantâneas, então tenham paciência para esperar um pouco (geralmente alguns dias, lembrem-se que o Ricardo também tem uma vida). Usem o formspring para dúvidas genéricas sobre bumerangue, dúvidas sobre modelos específicos devem ser tiradas com os fabricantes ou vendedores.

    E não esqueçam das listas de discussão e comunidades, que são uma ótima maneira de entrar em contato com outros praticantes. Algumas delas estão listadas no menu à direita do blog.

    Bons arremessos a todos!
    Ítalo Carvalho.

    domingo, 4 de abril de 2010

    Entendendo as plantas

    Olá, pessoas!

    Para fazerem bumerangues direitinho a partir de plantas vocês precisam saber como interpretar as informações contidas nelas. Usarei as plantas disponíveis no site do Kutek para explicar o que é cada coisa. Vale dizer que, como várias outras coisas a respeito do bumerangue, nem tudo é padronizado, então é possível encontrar diferentes representações para a mesma coisa em plantas de autores diferentes. O que vou colocar aqui são as convenções mais comuns.

    A primeira coisa é bem óbvia de se perceber: a planta possui duas linhas contínuas, uma dentro da outra. A de fora é o outline, o contorno do bumerangue. A de dentro marca as bordas de fuga e de ataque, ou seja, até onde deve-se desbastar (retirar material com a lixa ou grosa). Onde as linhas se aproximam mais fica a borda de ataque, e onde se afastam fica a borda de fuga. Essa é a maneira mais simples que existe de representar o bumerangue em uma planta, confira: Aster. Às vezes os espaço entre as linhas aparece pintado de preto (Agora) ou com várias outras linhas, que representam apenas as camadas do compensado para fins ilustrativos (A). Vocês também podem encontrar plantas em que a linha interna só está marcada em uma das asas. Nesse caso, basta repetir nas outras asas o que está representado na primeira quando for fazer o bumerangue.

    A segunda coisa que deve ser observada é o desenho do perfil aerodinâmico. A asa do bumerangue é como  uma asa de avião, e o shape nada mais é do que dar ao bumerangue esse perfil. É representado como uma barra que afina no lado esquerdo e é arredondada no lado direito, como se fosse a asa de um avião (ou do bumerangue) vista de lado. Pode ser colocada tanto no desenho do bumerangue (Batman) quanto fora (Balle). A representação do perfil facilita muito o trabalho, porque com ela vocês sabem exatamente como devem deixar a asa do bumerangue (ou seja, quanto da espessura deve ser desbastado em cada borda). Uma dica: quando a planta não trouxer o perfil, desbaste a borda de fuga em 3/4 e a de ataque em 1/4 da espessura (ou seja, se o material tiver 4 mm, desbaste 3 mm e 1 mm respectivamente). Serve para a maioria dos bumerangues just-for-fun, mas não tente em modelos para MTA, LD e Fast Catch, pois eles possuem um perfil próprio.

    Por fim, outros detalhes: linhas pontilhadas ou tracejadas representam undercuts e geralmente estão nas bordas de ataque (Omega). Se estiverem na parte central do bumerangue, representam concaves (Eb20). Pequenos círculos geralmente representam furos, que podem ter o diâmetro em milímetros escrito (Duke) ou não (Delirium). Quando não tiver, meçam depois de imprimir a planta para saberem o tamanho exato. Os círculos também podem representar a adição de chumbos (Catch 67'), assim como quadrados (Hulk).

    Deixei de fora algumas coisas que são pouco comuns de se ver, mas que na maioria são bem intuitivas, basta pensarem um pouquinho que vocês descobrem o que significam. Fiquem de olho também no que vem escrito nas plantas, pois muitas vezes são informações sobre o tipo de voo (circular ou elíptico, alto ou baixo), distância alcançada e intensidade do vento. Quase sempre estão em outras línguas (inglês, francês e alemão, principalmente), mas com o Google Tradutor não tem muito problema pra descobrir o que é.

    Bons arremessos!
    Ítalo Carvalho.